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Qual o destino do lixo em Juazeiro do Norte?

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Há dois anos, universitários colaram nas lixeiras do campus Lagoa Seca da Universidade Federal do Cariri um aviso “Penso, logo reciclo”. Abaixo a mensagem continuava descrevendo: aquela lixeira não era um poço sem fim enviando seu rejeito para outra dimensão. O pensamento, no mínimo curioso, vai de encontro a preocupação de muitos sobre qual é destinação correta do lixo e por que do assunto só chamar atenção popular quando o problema está entulhado em frente as casas.

Em 2010, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos exigiu como meta a total eliminação de lixões a céu aberto até 2020 para cidades pequenas e até 2018 para cidades médias e grandes. Isso porque, até 2008, o IBGE estimava que 50,75% das cidades dispunham resíduos de forma inadequada em vazadouros, deixando entidades alarmadas para os perigos ambientais decorrentes dessa prática. Encontrados nas Áreas de Preservação Ambiental (APA), na Floresta Nacional do Araripe (FLONA) e no Geopark Araripe, uma solução viável para os lixões do Cariri passou a ser desafio de órgãos governamentais, organizações civis e movimentos sociais.

Desde que o Banco Mundial (Bird) deu um passo atrás com o financiamento de R$ 38 milhões para a implantação do Aterro Sanitário Consorciado do Cariri (COMARES-UC) devido à demora na entrega da proposta, que, no final, chegou ultrapassada diante da Política Nacional, a ideia da COMARES-UC quase não anda. Isso para a felicidade da comunidade Gravatá, que seria desapropriada com indenizações a baixo custo. O consórcio, no entanto, ainda existe e envolve 10 cidades da macrorregião, sendo elas Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Missão Velha, Jardim, Cariraçu, Santana do Cariri, Farias Brito, Nova Olinda e Altaneira.

Sem saída, a Autarquia de Meio Ambiente de Juazeiro do Norte traça um plano a médio prazo que concretize um Aterro Controlado no bairro Aeroporto. Cauteloso, superintendente do órgão, Eraldo Oliveira, vê a proposta como “uma solução viável para o momento, pois modifica aos poucos as administrações”. Mas afirma, convicto, que a medida deve ser provisória.

Em um país acostumado a ver políticas provisórias se tornarem perenes, a ideia não agradou a todos. Para a PhD em Geografia com ênfase em Resíduos Sólidos, Vanda Lúcia, “aterro controlado nem existe mais em nomenclatura porque é um pseudo-Lixão”, explicando que a técnica apenas minimiza a proliferação de macro e micro vetores, “mas não é sanitária nem ambientalmente correta”. Os órgãos públicos não conseguem dar previsão de construção do aterro controlado ou do aterro sanitário.

Os dois lados concordam no ponto que não é possível deixar a situação como está e o desafio se agrava ao passo que a cidade continua a crescer e a população conquista mais acesso ao consumo, em consequência gerando mais lixo. Nacionalmente, o IBGE estimou que o país atingiu 76 milhões de toneladas de lixo em 2015, com 80 mil descartadas irresponsavelmente todos os dias. Em 2011, a média diária de lixo recolhido em Juazeiro do Norte foi de 240 toneladas depositadas no lixão a céu aberto próximo a CE-060.

Para mudar o cenário, o superintendente Eraldo Oliveira aposta em reuniões do Conselho, negociações entre poder público, sociedade civil e empresas privadas para a criação de um Plano Municipal de Resíduos Sólidos atualizado de acordo com a base de diretrizes nacionais. Em parceria com a Cáritas Ceará e a UFCA, os órgãos estão cadastrando e capacitando recicladores, a fim de organizar a atividade e melhorar as condições de trabalho. “Isso não se resolve com uma canetada, mas com discussão, com mudanças na administração, com responsabilidade dos setores, com investimento em pessoas”, enumera as tarefas. A destinação correta dos lixos, afirma, passa tanto pelo doméstico quanto do empresarial e devem seguir por triagem e coleta seletiva para reciclagem. E projeta: “São processos para todas as administrações futuras, não acaba aqui”.

Fonte: Cariri Revista

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